Na época da troca do Nenê do Nuggets para o Wizards, teve gente que não levou muito a sério o argumento de que o crescimento do Kenneth Faried durante a ausência do brasileiro, machucado, tenha contribuído para o negócio. Sinto dizer, mas esse pequeno grupo que quer negar a influência do novato cabeludo está errado. O chamado “Manimal“, metade homem, metade animal, já estava jogando bem antes e não para de melhorar. Virou oficialmente o ala de força do time e joga muitos de seus minutos como pivô. De repente virou parte indispensável do futuro da franquia.
Ele, como o resto do Nuggets, não foi muito bem na derrota para o Warriors no último sábado. Mas nada como uma bela bronca, seguida de palestra motivacional e uma olhadinha na tabela do Oeste para botar fogo no time. Ontem tiveram revanche contra o mesmo Warriors, dessa vez em Denver, e Kenneth Faried colocou todo seu lado animal em quadra. Foram 27 pontos e 17 rebotes, máximo de sua curta carreira, em apenas 24 minutos de quadra!!! O jogo foi tão fácil que nem precisou de mais que isso. Faried foi o primeiro jogador na história da NBA a conseguir pelo menos 27-17 em menos de 25 minutos jogados. Os que conseguiram em menos de 30 minutos foram nada mais nada menos que Shaquille O’Neal, David Robinson, Moses Malone, Dwight Howard e Alonzo Mourning. É pouca zoeira? Ok, foi só contra o Warriors sem pivô, mas quanta gente não enfrenta esse time sem pivô e não faz nem metade disso?
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A vitória foi essencial também porque ao mesmo tempo o Phoenix Suns, 9º do Oeste, coladinho no Nuggets, fez seu dever de casa e atropelou o Minnesota Timberwolves. Acho que falamos pouco sobre o assunto, mas é importante ressaltar o baque que a contusão do Ricky Rubio causou nesse time. Não era surpresa eles caírem de produção e nem com o espanhol saudável era normal eles irem para os playoffs, mas a maneira com que pararam de jogar impressiona. Falta a velocidade e agressividade que estavam sendo as marcas registradas. Time do Rick Adelman sem velocidade é time do Celso Roth sem volante. Contando ontem são 6 derrotas seguidas para o Wolves, a pior marca deles na temporada. Ontem foram surrados por Steve Nash e cia. por 114 a 90! Estiveram atrás o tempo todo e até o resumo do jogo da NBA.com disse que Kevin Love conseguiu a façanha de ter 25 pontos, 13 rebotes e parecer desinteressado no jogo ao mesmo tempo. No Suns o cestinha foi o novato Markieff Morris com 21 pontos.
Seguindo o trenzinho da alegria, logo atrás do Suns, em 10º, está o Utah Jazz. Eles também não podem vacilar se querem ir para os playoffs, mas a situação é complicada porque no Oeste parece que está todo mundo ganhando o tempo inteiro. Torcer para dois times na sua frente tropeçarem parece o mesmo que ganhar na loteria. Mas o Jazz não pode reclamar de azar. Ontem enfrentaram o poderoso San Antonio Spurs com suas 11 vitórias seguidas, mas pegaram justamente o dia de descanso do trio Tim Duncan, Manu Ginóbili e Tony Parker. É o jeito do Gregg Popovich dizer “Não vou me matar pelo 1º lugar, só quero todo mundo inteiro” ou, em outras palavras, “Não quero ninguém machucado na última semana como fiz ano passado”. E não é que os putos quase ganham?
Precisaram do Popovich dentro de quadra mostrando jogadas como se fosse treino durante o intervalo, é verdade, mas chegaram no último período vencendo. Mantiveram o jogo disputado e só perderam mesmo porque ninguém foi capaz de parar Devin Harris e seus 25 pontos. Nenhuma novidade, desde 2006 que o Spurs apanha do Devin Harris mesmo com todo mundo jogando, por que ontem seria diferente? No Spurs o brazuca Tiago Splitter e Gary Neal vieram do banco para serem os cestinhas do time com 14 pontos cada. Com exceção de Boris Diaw, todos os outros 8 jogadores do Spurs que entraram em quadra tentaram pelo menos 8 arremessos cada. Ataque mais balanceado da NBA, de longe. No Jazz até que usaram bastante Millsap e Jefferson, mas deu certo a estratégia de deixar Harris e Hayward ganharem o jogo na velocidade.
Com a derrota, o Spurs agora foi ultrapassado pelo Oklahoma City Thunder, que recupera a liderança do Oeste. Ontem o time de Russell Westbrook (26 pontos) passou por cima do Milwaukee Bucks por 109 a 89 mesmo jogando fora de casa. E saindo do Oeste, mas continuando nas lavadas, o Orlando Magic arrebentou o Detroit Pistons por 119 a 89 fora o show! E olha que jogaram de novo sem Dwight Howard. A decepção da noite foi Greg Monroe, que não se aproveitou da ausência de Howard e fez apenas 9 pontos no jogo. Glen Davis, em compensação, foi titular pelo Magic e voltou a jogar bem: 16 pontos e 16 rebotes, sendo que 9 desses rebotes vieram só no 1º quarto! Surra também do Wizards, que bateu o único time que é claramente pior que eles na NBA, o Bobcats: 113 a 85 com singelos 2 pontinhos e 12 assistências de John Wall.
Se o Magic jogou sem Howard, o Lakers jogou sem Kobe Bryant pelo segundo jogo seguido. Mas dessa vez conseguiu vencer. Ou, como diz o pessoal do Lakers Nation no Twitter, o Lakers não vence, o Lakers escapa. O time fez o jogo bonitinho e soube usar muito bem a dupla Pau Gasol e Andrew Bynum. Os dois juntos tentaram 38 arremessos e acabaram com 43 pontos e 20 rebotes. O espanhol foi melhor, tendo 25 pontos e 9 rebotes dessa soma, mas foi como conjunto que eles dominaram o jogo, são a dupla de garrafão mais entrosada da NBA ainda. Mas temos que admitir que o resultado só foi positivo porque, quando necessário, as bolas de 3 pontos caíram também. Metta World Peace e Ramon Sessions acertaram bolas de 3 consecutivas quando o jogo estava empatado em 86, foi decisivo.
Se bem que por pouco o Ex-Artest não resolve a partida de uma maneira bem mais bizarra. Olha o passe que ele me dá para o Matt Barnes a 1 segundo do fim. O que diabos esse ser humano tem no lugar do cérebro?! O que ele pretendia com isso? Aquela cabeça é um universo à parte do nosso, é outra coisa, outra espécie.
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Vitória importante para o Lakers porque o Clippers estava na cola na tabela. E notícia boa para eles que o Clippers acabou perdendo ontem para o Memphis Grizzlies. Posso estar exagerando, mas acho o Clippers o pior time entre todos os grande times da NBA. Faz sentido? De todo mundo que é muito bom e está brigando lá no alto de suas conferências, é a equipe com mais defeitos e mais desorganizada. Vencem porque tem talento bruto saltando por todas as posições, mas volta e meia pegam uns times organizados e aí parecem crianças. Ontem o Grizzlies mesmo errando bastante soube dominar os rebotes e defender bem, bastou para quebrar seu adversário. Claro que Chris Paul (21 pontos, 11 assistências) deu um jeito de chegar perto no final, mas não foi o bastante.
Fechando a rodada, dois jogos. Primeiro, no Leste, o Indiana Pacers precisou suar um pouquinho, mas acabou batendo o Toronto Raptors por 103 a 98. Eles venciam por 15 pontos no último período, acabaram tomando um sufoco inesperado mas venceram mesmo assim. Foram 3 vitórias do Pacers sobre o Raptors na temporada, cada partida vencida por exatos 5 pontos de diferença. Coincidência? Hoje, no Globo Repórter. Por fim, vitória do Houston Rockets, mais uma, sobre o Portland Trail Blazers: 94 a 89. O assunto do dia foi o boato de que o Blazers estaria interessado em Goran Dragic, já que eles precisam de um armador e o esloveno, que está jogando um absurdo, é Free Agent após essa temporada. Não sei se acontecerá, mas de qualquer forma Dragic fez 22 pontos e 7 assistências pelo marketing. O Rockets dominou boa parte do jogo e abriu 14 de diferença, mas deixou empatar. O Blazers devolveu o favor indo mal nos minutos finais e ele, o semi-deus e eleito jogador da semana, Dragic, comandou o Rockets com lindas bandejas, 4 bolas de 3 pontos e passes perfeitos para garantir a vitória.
Top 10 da Rodada
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Fotos da Rodada
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Tem gente achando que dá pra marcar o Redd de olho fechado só porque ele é delicado |
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Splitter passou tanto tempo na Europa que ele já faz cara-de-Gasol |
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Kevin Love usa seu treinamento militar para apagar seus adversários |
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O novato Mickell Gladness cai na piada da mão amarela |
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Marcus Camby conta que perdeu parte da prótese da mão na quadra |
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Manimal mata mais uma presa e é assistido por uma bela ruivinha no fundo |
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Europeus dominam as caras e bocas no basquete! |